Realizada em Bangkok, Tailândia, a conferência teve
como tema “Superando os desafios remanescentes”. Durante o evento, o Secretário
de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde brasileiro, Jarbas Barbosa,
apresentou as estratégias adotadas pelo país para cumprir a meta de eliminar a
doença como problema de saúde pública até 2015.
Representantes de 17 países endêmicos para hanseníase reafirmam compromisso de
eliminação da doença, durante Cúpula Internacional, em Bangkok.
O evento, promovido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e
Fundação Nippon-Sasakawa para a Saúde, foi realizado em Bangkok, no período de
24 a 26 de julho.
Ministros, vice-ministros
e representantes de instituições não governamentais de 17 países endêmicos para
a hanseníase, incluindo o Brasil, participaram da Cúpula Internacional sobre a
doença, entre os dias 24 a 26 de julho. Realizada em Bangkok, Tailândia, a
conferência teve como tema “Superando os desafios remanescentes”. Durante o
evento, o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde brasileiro,
Jarbas Barbosa, apresentou as estratégias adotadas pelo país para cumprir a
meta de eliminar a doença como problema de saúde pública até 2015.
Entre os avanços já
alcançados no Brasil, destaca-se a aceleração na redução do número de casos,
registrada, principalmente, nos últimos 10 anos. Em 2002, havia 4,33 registros
da doença a cada 10 mil habitantes. Em 2012, o número caiu para 1,51, uma redução
de 65%. “Os números comprovam que estamos no caminho certo e atingiremos, muito
brevemente, os índices considerados para a eliminação da doença enquanto
problema de saúde pública, quando há menos de 1 caso por 10 mil habitantes, no
nível nacional. Mas, queremos ir muito além, atingindo esse índice em cada
estado e depois em cada município”, enfatizou Barbosa.
O Ministério da Saúde vem
apoiando os municípios e estados que ainda apresentam índices elevados de
hanseníase, localizados principalmente nas Regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste. No ano de 2011 foi feito um repasse adicional de recursos para
esses municípios prioritários, de cerca de R$ 16 milhões. Além disso, em 2012 o
Brasil lançou um plano de ações estratégicas e no ano de 2013 realizou uma campanha
inédita de diagnóstico de casos suspeitos de hanseníase em escolares, que
examinou 9,3 milhões de estudantes do ensino público em cerca de 800 municípios
prioritários. Durante essa campanha foram distribuídas 10 milhões de cartilhas
educativas para professores e estudantes, com orientações gerais sobre a
doença, levando informações sobre a doença para todas essas famílias, que vivem
em áreas de alta incidência da hanseníase. A campanha, considerada como uma das
ações inovadoras efetivas para reduzir a carga da hanseníase, possibilitou a
detecção de mais de 200 casos novos entre os escolares.
Declaração
de Bangkok – Como
resultado da Cúpula Internacional de Hanseníase, os participantes elaboraram a
“Declaração de Bangkok”, documento que reconhece os avanços globais na redução
da doença nos últimos 25 anos, obtidos principalmente após a implementação da
multidrogaterapia (MDT), mas mantém a preocupação com a ocorrência contínua de
novos casos em vários países.
Entre as estratégias que
devem ser adotadas para alcançar garantir um mundo livro de hanseníase, estão:
aumento de recursos no setor, com foco em áreas geográficas altamente
endêmicas; desenvolvimento de meios vigorosos e inovadores para reduzir o tempo
de detecção dos casos e de conclusão dos tratamentos.
Uma novidade dessa
declaração é o compromisso de alcançar a meta global de redução da ocorrência
dos novos casos com deformidades visíveis (incapacidade grau 2) para menos de 1
caso por milhão da população, até o ano 2020. O documento reitera, ainda, a
necessidade de se continuar trabalhando para assegurar a implementação de
resoluções da Organização das Nações Unidas relacionadas ao fim da
discriminação de pessoas afetadas ou portadoras de hanseníase e suas famílias
(A/RES/65/215 e A/HRC/15/30).